APÓLOGO
Francisca Lucilene Santos Silva
A Colher, o Garfo e a Faca
Estava
o Garfo, a Faca e a Colher
Sobre
uma mesa arrumada
Para
um jantar muito importante,
Sendo
que estes faziam parte,
De
um faqueiro muito interessante,
Quando
o silêncio foi quebrado
Pelo
garfo muito falante:
– Veja só dona Faca
Como
somos importantes,
Estamos
sempre nos melhores lugares
E
somos usados
Por
pessoas que entendem de etiqueta
Você
não acha isso muito chique,
Ou
será que é careta?
– Careta nada! – respondeu a Faca –
Nós
somos usados
Para
as pessoas comerem
De
forma civilizada,
Já
nossa amiga Colher,
Na
maioria das vezes,
É
usada por pessoas
Que
de etiqueta
Não
entendem nada,
Eu
nem sei por quê
Ela
está aqui
Parece
que nem foi convidada!
–
Deve ser porque a entrada
É
algum tipo de sopa,
Afinal
de contas,
Só
se toma sopa com colher!
Sem
falar que sopa,
É
um alimento ralé
E
para terminar,
Sopa
não é aquele alimento sem sal
Que
se serve no hospital?!
–
É sim! – respondeu a Faca. –
E
na casa dos pobres também,
Pois
nem sempre possuem
Ingredientes
suficientes
Para
prepararem
O
que lhes convém
– Bem lembrado! – falou orgulhoso o Garfo. –
Nós
somos utilizados
Para
se comer churrasco,
Bolo
e filé.
Isso
é muito bom, não é?
Respondeu
a Faca_ é!
Durante
toda essa prosa
A
colher permaneceu calada,
Mas
nem um pouco conformada
E
resolveu se defender
Achando
a ideia dos dois
Muito
errada,
Falou
sem medo de se comprometer:
– Vocês estão enganados
A
meu respeito
Eu
tenho muita importância sim,
E
não só sirvo para se tomar sopa,
Toma-se
por meio de mim
O
sorvete, o remédio e sou eu
Que
mexo a comida,
Além
de bem servi-la,
Eu
entro na casa
Do
pobre e do rico
Alimentam-se
por meio de mim,
A
criança, o jovem, o idoso,
O
homem e a mulher
E
quem neste mundo
Nunca
comeu com colher?
–
Pensando bem,
Acho
que isso é verdade –
Retrucou
mais calmo o Garfo –
Você
nos provou na sua humildade e
Que
o preconceito
É
burrice e covardia
E
a partir de hoje
Sugiro
que vivamos todos
Na
mais plena harmonia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário