UNIVERSIDADE ESTADUAL
DO MARANHÃO- UEMA
CENTRO DE ESTUDOS
SUPERIORES DE CAXIAS- CESC
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM LITERATURA E ENSINO
PROJETO DE PESQUISA
A RUPTURA DO PENSAMENTO
ANDROCÊNTRICO NA LITERATURA BRASILEIRA
FRANCISCA
LUCILENE SANTOS DA SILVA
CAXIAS-MA,
2013
FRANCISCA
LUCILENE SANTOS DA SILVA
A RUPTURA DO PENSAMENTO
ANDROCÊNTRICO NA LITERATURA BRASILEIRA
Projeto de pesquisa apresentado á
disciplina Metodologia da pesquisa e a produção de Textos Acadêmicos ministrada
pelo prof. Ms. Willame Carvalho e Silva.
Orientador
(a): Profª. Ms. Sueleny Ribeiro Carvalho
CAXIAS-MA,
2013
SUMÁRIO
1
TEMA-----------------------------------------------------------------------------------------------------3
1.1
DELIMITAÇÃO DO
TEMA------------------------------------------------------------------------3
2
OBJETIVOS---------------------------------------------------------------------------------------------3
2.1
OBJETIVO GERAL----------------------------------------------------------------------------------3
2.2
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS------------------------------------------------------------------------3
3
APRESENTAÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------4
4 QUESTÕES NORTEADORAS
---------------------------------------------------------------------4
5 JUSTIFICATIVA
--------------------------------------------------------------------------------------5
6
METODOLOGIA---------------------------------------------------------------------------------------7
7 FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA-------------------------------------------------------------------8
8
CRONOGRAMA-------------------------------------------------------------------------------------13
9
REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------------14
1 -
TEMA:
Um olhar de oposição às tendências
androcêntricas na literatura brasileira de autoria feminina.
1.1 -DELIMITAÇÃO DO TEMA:
Um olhar de oposição às tendências
androcêntricas no conto Amor do livro
Laços de Família de Clarice
Lispector.
2
- OBJETIVOS:
2.1 -
OBJETIVO GERAL
·
Analisar como se deu a ruptura do
pensamento androcêntrico no conto Amor do livro Laços de Família de Clarice Lispector.
2.2-
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·
Identificar a voz feminina através das
características físicas e psicológicas da personagem central no que tange à sua
insatisfação a respeito de seu papel como mulher naquela sociedade;
·
Verificar como a protagonista se
descobre como mulher oprimida em uma sociedade falocêntrica;
·
Averiguar se houve ou não transgressão
por parte da personagem, levando a emancipação da mesma como mulher.
3
- APRESENTAÇÃO:
O presente trabalho visa fazer uma análise do conto Amor do livro Laços de
Família (1960) de Clarice Lispector, fundamentado na critica feminista, uma
vez que esta crítica, traz à tona discussões acerca da posição secundária
ocupadas pelas heroínas dos romances de autoria masculina, além de discutir as causas
de opressão fermina a partir do conceito patriarcal de literatura e sob a visão
da teoria Angla- americana, teoria esta que defende que as mulheres têm um
processo de leitura e escrita diferentes do homem, por foças das diferenças
biológicas e das formações culturais, levando em conta também os aspectos da
ginocrítica que é tomada como instrumento de oposição às tendências que
continuam a alimentar-se da tradição critica androcêntria. Aqui também será
analisado como se deu a ruptura do pensamento androcêntrico, identificando a
voz feminina através da literatura, considerando tudo que possa vir servir de
base e como alerta contra as questões patriarcais até então vigentes, tais como
as possíveis características físicas e psicológicas da personagem principal do
conto a ser analisado, no intuito de demostrar insatisfação com a condição da
mulher naquela sociedade, verificando como ocorre essa descoberta. Além disso,
pretende averiguar se houve ou não transgressão por parte da personagem,
levando ou não a sua emancipação como mulher.
4-
QUESTÕES NORTEADORAS:
·
De forma a mulher demonstra insatisfação
com os padrões vigentes dentro de uma
literatura dominada pelos homens?
·
Como a protagonista do conto em questão
se descobre como mulher oprimida em uma sociedade falocêntrica?
·
Houve ou não transgressão por parte da
personagem, levando a sua emancipação como mulher.
5-JUSTIFICATIVA:
Segundo (Zolin2005), desde a década de 1960,
com o desenvolvimento do pensamento feminista, as questões de gênero vêm se tornando
objeto de estudo em diversas áreas do conhecimento como a Sociologia, a
Psicanálise, a História e a Antropologia. Também no âmbito da Literatura e da
crítica literária a mulher vem se figurando entre temas abordados em encontros,
congressos, bem como se constituindo em motivo de tema em teses e trabalhos de
pesquisa. Essa vertente da crítica literária tem assumido papel questionador da
prática acadêmica patriarcal, afirmando que a experiência da mulher como
leitora e escritora é diferente da masculina, implicando em significativas
mudanças no campo intelectual, marcadas pela quebra de paradigmas e pela
descoberta de novos horizontes de expectativas, como a mudança de mentalidade
das mulheres em ralação a essa questão e o aparecimento de estudos sobre a literatura feita por
mulheres.
No CESC-UEMA
encontram-se alguns trabalhos de análise literária relacionados ao tema em
discussão, dentre os quais pode ser citados:
·
Uma reflexão sobre o perfil feminino na
obra “Gabriela Cravo e Canela” de Jorge Amado.
Antônia Oliveira Barros;
·
A
representação da Mulher nas obras de Lya Luft “As Parceiras” e “O Quarto
Fechado”
Carolina Aparecida de Barros;
·
A Transgressão Feminina na obra teatral
“Escola de Mulheres” de Moliére.
Maria Geciane de Aires;
·
Memorial de Maria Moura: Uma Análise
Crítica da Personagem Maria Moura de Raquel de Queiroz
Belisa da Costa Matos.
Estudos acerca
de textos literários canônicos mostram inquestionáveis correspondências entre
sexo e poder, considerando as circunstâncias sócio-históricas como fatores
determinantes na produção da literatura, uma série de críticos/as feministas,
tem promovido, desde a década de 1970, debates acerca do espaço delegado à
mulher na sociedade, com o objetivo de transformar a condição subjugada da mulher,
tentando romper com sacralizados pela tradição.
Partindo da
primícia de que as mulheres podem mudar de posição social abarcando desde
reformas culturais, legais e econômicas, chegando até às reformas relacionadas
ao modo de ler e produzir o texto literário faz-se necessário uma reflexão
sobre esta temática, por isso a importância de estudar as questões de gênero e
como se deu o processo de ruptura do pensamento androcêntrico no campo da
literatura.
A importância da ginocrítica para
os estudos de gênero é bem relevante, pois propõe uma abordagem diferente da
crítica feminista, prevendo a não revisão da literatura masculina, mas
concentração na escrita feminina de maneira exclusiva, redefinindo assim as
diferenças entre a escrita de mulheres e homens, já que os estudos feministas
não eram bem aceitos pela academia como literatura, os estereótipos femininos
abordados pela literatura masculina eram os da mulher boazinha, meiga, delicada
e submissa, aquela que foi educada para casar e se contentar em cuidar dos
filhos e do marido, a crítica literária feminina, veio para romper com esse
pensamento.
Sendo assim, poucas mulheres se
aventuravam na literatura, mas:
Clarice
pode se considerada como um divisor de águas na história da narrativa brasileira
escrita por mulheres, abrindo caminho pra uma nova forma de narrar, sedo
vanguardista, inovando não só apenas nos temas como também nos aspectos
estruturais do romance, abrindo caminho, no Brasil, para uma nova forma de
narrar, dentro de um espaço até então masculinizado, quebrando a voz machista e
autoritária do romance do seu tempo, a partir da obra Perto do Coração Selvagem
(1944).
(DUARTE, 2002, p 159
e 160)
Os contos de Laços de Família (1960) ironizam
o modelo patriarcal vigente, onde a mulher jaz no espaço privado, por isso
questionam e procura encontrar soluções para os impasses criados , como se pode
vislumbrar no conto Amor, objeto central de estudo desse trabalho.
O conto escolhido para ser objeto
de estudo, pertence à segunda fase da tradição literária, essa fase protesta
contra os valores falocêntricos, mas não se desvincula totalmente ainda dos
modelos patriarcais, havendo assim apenas a ruptura do pensamento androcêntrico
ou pelo menos o começo de uma reflexão a caminho da mudança, pois apesar do
enredo do texto ocorrer em um ambiente aparentemente calmo e tranquilo, não se
engane o leitor que a personagem esteja contente com essa situação, tudo se
desestabiliza de súbito, esses lampejos a respeito do comtiano faz com que o
personagem não seja jamais a mesma.
6-METODOLOGIA:
O
presente trabalho consta-se de objetivos explorativos sobre o rompimento das
tendências androcêntricas na literatura brasileira que serão desenvolvidos
seguindo os seguintes passos:
- Pesquisa de cunho bibliográfico e multimidiático, buscando autores que escrevem sobre esta temática, visando uma fundamentação teórica consistente no que diz respeito à problemática investigada;
- Identificação por meio de pressupostos teóricos de como se deu a ruptura das tendências androcêntricas na literatura na linha do tempo;
- Considerações sobre a vida e obra da autora em questão bem como sua fortuna crítica;
- Análise do conto Amor verificando como a personagem principal se descobre como mulher e a partir daí começa a questionar seu papel na sociedade em que vive;
7-FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA:
A proposta dessa pesquisa é
analisar como se deu a ruptura do pensamento androcista na literatura, com base
na critica literária feminina, sendo assim, julga-se necessário em primeira mão
a definição de crítica como”Gr.
Krinein, julgar, atrvés do feminino da forma latina criticus, a, um, Fr.
Critique; ing. Cristicism; al. Kritik), como revela a etmologia,
necessariamente o ato de julgar, isto é, conferir valor às coisas, no caso
obras literárias”. (MOISÉS, Massud, 2004, p.96).
Desde a sua origem, a crítica
feminista vem procurando questionar a prática patriarcal na literatura,
implicando em significativas mudanças no campo intelectual, rompendo paradigmas
e descobrindo novos horizontes de expectativas nos estudos com textos
literários, uma vez que:
Sempre foi muito difícil para a academia aceitar os
estudos feministas como uma abordagem de análise literária [...]. Os romances
de José de Alencar - Lucíola, Senhora e Diva - formavam uma tríade de perfis
femininos amplamente estudados por pesquisadoras de todo o Brasil. Portanto,
uma das formas de estudar a mulher na literatura foi (e ainda é) através dos
escritos dos homens, única voz considerada autorizada a fazer arte, até porque
se acreditava que o gênio artístico guardava uma porção divina da qual as
mulheres não faziam parte, pelo menos na condição de criadoras. No máximo,
chegavam a ser musas a inspirar. A historiografia literária no Ocidente sempre
foi uma atividade reconhecidamente masculina, mas isso não impediu que as mulheres
escrevessem. (LEIRO, Lúcia. Reflexões
sobre Literatura Feminina Disponível em: http://mulhereliteratura.blogspot.com.br/2010/03/reflexoes-sobre-literatura-feminista.htm
acesso em
14/04/13).
A
pesquisa se fundamentará na teoria feminista da ginocrítica, que assim a
definiu (Showalter apud Bonnici, 2005)bem como seus limites e objetivos: “[Gynocriticism] is the study of women as
writers, and its subjects are the history, styles, themes, genres, and
structures of writing by women; the psychodynamics of female creativity; the
trajectory of the individual or collective female career; and the evolution and
laws of a female literary tradition.” (“Feminist Criticism in the
Wilderness”, in The New Feminist Criticism: Essays on Women, Literature and
Theory, ed. por E. Showalter, Virago, Londres, 1986, p.248), cuja tradução
se faz: [Ginocrítica] é o estudo das mulheres como escritora, como sujeito na
História, estilos, temáticas, gêneros e estruturas da escrita femininas; a
mulher é psicodinâmica da criatividade feminina; sua trajetória profissional
individual ou coletiva; e a evolução e leis da tradição literária feminina.
Esta teoria trouxe à tona a discussão pelos adeptos
da escrita masculina de que a imaginação literária não está relacionada ao sexo
e que uma redefinição da história literária em termos feminista estaria criando
uma forma de discriminação sexual, pois a imaginação criadora é uma só, na
visão da perspectiva androcêntrica. A crítica literária feminista é política na
medida em que interfere na condição social, desconstruindo formas de
preconceito e ideologias de gêneros, construídas durante a história, de maneira
cultural além de promover o censo crítico e mudanças de mentalidade sobre as
convenções que historicamente aprisionaram a mulher.
Para (ZOLIN,
2005), as circunstâncias socioeconômicas são fatores determinantes na produção
literária, por isso muitos críticos (as) feministas franceses americanos,
principalmente, desde década de 1970, debateram sobre o espaço delegado à
mulher na sociedade e suas consequências e reflexos na literatura, tentando
quebrar com o pensamento tradicional de a mulher tinha que estar em segundo
plano, em relação ao lugar ocupado pelo homem, marcada à submissão. Esses
discursos não só interferiram no cotidiano feminino, mas também acabaram por
fundamentar os cânones críticos e teóricos tradicionais e masculinos que regem
o saber sobre literatura. A seguir serão expostos alguns termos que serviram de
paradigma para a desconstrução da oposição homem/mulher:
§ Feminismo: termo empregado em dois sentidos
distintos, a maior parte das às vezes como oposição a masculino e faz
referência às convenções sociais, mas também pode simplesmente referir-se ao
sexo feminino, no sentido puramente biológico, sem nenhuma outra conotação;
§
Feminista: termo
entendido como o movimento que preconiza a ampliação dos direitos civis e
políticos da mulher, não somente em termos legais, mas também em termos de
práticas sociais;
§
Gênero:
trata-se das diferenças sexuais e culturais, levando em conta os atributos
culturais referentes a cada um dos sexos e a dimensão biológica dos eres
humanos;
§
Logocentrismo: designa
o pensamento canônico, se empenhando em demonstrar e desqualificar a
mistificação implícita no discurso ocidental;
§
Falocentrismo: termo
utilizado por algumas escritoras e críticas francesas a para questionar a
lógica predominante no pensamento ocidental, em como a predominância da ordem
masculina:
§
Patriarcalismo: Esse
termo designa uma forma de organização familiar centrado na figura do chefe,
advinda dos povos antigos, esse chefe era chamado patriarca, cuja autoridade
era preponderante e incontestável;
§
Desconstrução: essa
palavra é utilizada pelos teóricos da literatura em uma espécie de crítica das
oposições hierárquicas que estruturam o pensamento ocidental, tais como: modelo
x imitação, dominado x dominador, forte x fraco, presença x ausência, corpo x mente,
homem x mulher. Apoia-se na convicção de que oposições assim não são de
natureza biológica, mas de construções ideológicas e que, portanto podem ser
desconstruídas;
§
Alteridade: constitui-se na base da
abordagem feminista na literatura, implicando dizer que a análise das obras
literárias por mulheres é realiza-se visando desnudar a alteridade do discurso
feminino, de acordo com princípio da diferença;
§
Mulher-sujeito
e mulher-objeto: o
primeiro termo se refere á mulher marcada pela insubordinação aos referidos
paradigmas patriarcais, por seu poder de decisão, dominação e imposição
enquanto o segundo termo é utilizado para designar a mulher submissa, resignada
e sem voz ativa.
Trata-se o feminismo de um movimento político
bastante amplo, percorrendo muitos caminhos até chegar a uma teoria feminista
acadêmica, voltadas para reformas relacionadas ao modo de ler o texto
literário.
A crítica feminina contemporânea nos Estados Unidos segundo (Queiroz,
1995 apud ZOLIN) se ocupa de várias questões como: noções de gênero, classes
raça em relação à essencialidade da mulher; recuperação da identidade feminina;
noções de representação literária, de autoria e de leitor/leitora, noção de
cânone literário e crítico e discute a problematização, no que tange às
possibilidades de intervenções nas relações sociais. Essa corrente da crítica
feminista investiga as maneiras pelas quais a autoconsciência da mulher
traduziu-se na literatura por ela produzida em um tempo e espaço determinado e
como ela se desenvolveu.
Conforme (ZOLIN, 2005) a partir de
meados anos de 80 no Brasil, começou-se a se desenvolver estudos sobre
literatura e mulher. As linhas de pesquisa desenvolvidas nessa ocasião derivam
da linha de pesquisa anglo-americana e francesa, intitulada “Mulher e
Literatura”- perspectivas teórico-crítica; “Representações do feminino no texto
literário” e “Literatura feminismo” (ambos com enfoque sócio-hstórico);
“literatura e o feminino” (enfoque psicanalítico) e “Literatura e mulher” (enfoque
estético-formal). Com o passar do tempo essas linhas de estudo foram se
modificando e assumindo novas configurações: “Teoria e crítica feminista:
vertentes; “A questão do Cânone,” Gender “- estudo de gênero, se configurarando
como estão no momento atual: (Resgate, Teoria e críticas, Interdisciplinaridade
e Representação) e identidade- acréscimo meu”. No Brasil bem como no exterior,
a literatura de autoria feminina, até pouco tempo atrás não aparecia no cânone
tradicional até que:
Raquel de Queiroz e Cecília Meireles, ao serem
reconhecidas nacionalmente, abrem as portas das editoras a outras escritoras,
mas é Clarice Lispector quem abre uma tradição para a literatura da mulher no
Brasil, gerando um sistema de influência que se fará reconhecida na geração
seguinte [...].Trata-se de escritoras, que tendo em vista a mudança de mentalidade descortinada pelo feminismo em
relação à condição social da mulher Lançam-se no mundo da ficção, até então
genuinamente masculino (Viana, 1995,p.172 apud Zolin)
De acordo Com (Duarte 2002) a obra de Clarice trás
nas suas entrelinhas muitos questionamentos sobre a condição da mulher na
sociedade patriarcal, rompendo com esse estado de coisa, pondo em questão as
relações de gênero. Nos contos de Laços
de Família se torna muito visível à repressão
vivida pelas mulheres nas práticas cotidianas da sociedade daquela época, dessa
forma Clarice Lispector pode ser considerada um divisor de águas na trajetória
da narrativa brasileira de autoria feminina por colocar em discussão as
questões de gênero, subvertendo ao paradigma romanesco tradicional criando
personagens descentradas que não se definem claramente, nem exterior nem
interiormente. Nos contos de Laços de Família, há um questionamento de gêneros,
no entanto soluções para os impasses não são encontradas. Mesmo assim Clarice
Lispector promove uma revolução no romance brasileiro desconstruindo os
desfechos canônicos das narrativas tradicionais, legitimando novas perspectiva
a respeito das condições femininas, possibilitando o surgimento de novas escritoras
que se ocuparam com as relações de gêneros.
O conto o “Amor” que será analisado, foi escrito em 1974, período em a
mulher era caracterizada pela ausência de direitos. O texto conta a história de
Ana relatando seu cotidiano na realidade e na imaginação. É um texto com o
típico conflito à moda de Clarice, pois:
A protagonista, esposa/ mãe/dona de casa, depois de
uma juventude intensa, enquadra-se no “destino de mulher” e refaz diariamente a
rotina doméstica, até que vê na rua um cego mascando chiclete; percebe-se,
então, num lampejo de lucidez, presa ao automatismo e imersa na escuridão. A
explosão, provocada pelo encontro com o cego, revela-lhe um mundo até então
apaziguado (Duarte, 2002, p.160).
Percebe-se
perfeitamente aqui a tríade que oprimia a protagonista Ana, pois para ela, só
ser esposa, mãe e dona de casa não lhe bastava, ela precisava de algo a mais
para se realizar como pessoa, o encontro com o cego lhe faz refletir sobre que
algo precisa mudar e a partir da aí sua vida nunca foi mais a mesma.
8 CRONOGRAMA
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2013
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Atividades
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Abril
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Maio
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Junho
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Julho
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Agosto
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Setembro
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Levantamento Bibliográfico
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X
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Leitura crítica
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X
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Encontros com os professores
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X
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X
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Encontros com o orientador
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X
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X
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X
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Análise do corpus
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X
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X
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X
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Redação da análise de corpus
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Redação final da
monografia
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Revisão gramatical
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Entrega da Monografia
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X
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Defesa Pública da
monografia
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X
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9-
REFERÊNCIAS
BONNICI, Thomas; Lúcia
Osana Zolin (org). Teoria Literária:
Abordagens Históricas e Tendências Comtemporâneas. 2 ed, Editora Universal
Estaddual de Maringá, 2005;
DUARTE, Constância;
Eduardo de Assis; Kátia da Costa Bezerra (org). Gênero e Reprsentação na Literatura Brasileira: ensaios. Belo
Horizonte: Pós-graduação em Letras Estudos Literários: UFMG, 2002;
LEIRO,Lúcia.RflexõessobreLiteraturaFeminista.Disponívelem:<www.mulhereliteratura.blogspot.com.br/2010/03/reflexoes-sobre-literatura-feminista.html>
. Acesso em 14/04/13.
LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro.
Rocco,2009.
MOISÉS, Massaud, Dicionário de Termos Literários. 12 ed.
São Paulo: Cutrix, 2004;
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