quarta-feira, 30 de abril de 2014

PROJETO DE PESQUISA



UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO- UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS- CESC
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LITERATURA E ENSINO







PROJETO DE PESQUISA
A RUPTURA DO PENSAMENTO ANDROCÊNTRICO NA LITERATURA BRASILEIRA
FRANCISCA LUCILENE SANTOS DA SILVA








CAXIAS-MA,
2013
FRANCISCA LUCILENE SANTOS DA SILVA










A RUPTURA DO PENSAMENTO ANDROCÊNTRICO NA LITERATURA BRASILEIRA
Projeto de pesquisa apresentado á disciplina Metodologia da pesquisa e a produção de Textos Acadêmicos ministrada pelo prof. Ms. Willame Carvalho e Silva.
Orientador (a): Profª. Ms. Sueleny Ribeiro Carvalho








CAXIAS-MA,
2013
SUMÁRIO

1 TEMA-----------------------------------------------------------------------------------------------------3                              
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA------------------------------------------------------------------------3
2 OBJETIVOS---------------------------------------------------------------------------------------------3          
2.1 OBJETIVO GERAL----------------------------------------------------------------------------------3
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS------------------------------------------------------------------------3
3 APRESENTAÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------4
4  QUESTÕES NORTEADORAS ---------------------------------------------------------------------4
5  JUSTIFICATIVA --------------------------------------------------------------------------------------5
6 METODOLOGIA---------------------------------------------------------------------------------------7
7  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA-------------------------------------------------------------------8
8  CRONOGRAMA-------------------------------------------------------------------------------------13
9  REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------------14









1 - TEMA:

 Um olhar de oposição às tendências androcêntricas na literatura brasileira de autoria feminina.
1.1  -DELIMITAÇÃO DO TEMA:

Um olhar de oposição às tendências androcêntricas no conto Amor do livro Laços de Família de Clarice Lispector.

2 - OBJETIVOS:

2.1 - OBJETIVO GERAL

·               Analisar como se deu a ruptura do pensamento androcêntrico  no conto Amor do livro Laços de Família de Clarice Lispector.

2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

·                Identificar a voz feminina através das características físicas e psicológicas da personagem central no que tange à sua insatisfação a respeito de seu papel como mulher naquela sociedade;
·               Verificar como a protagonista se descobre como mulher oprimida em uma sociedade falocêntrica;
·               Averiguar se houve ou não transgressão por parte da personagem, levando a emancipação da mesma como mulher.







3 - APRESENTAÇÃO:

  O presente trabalho visa fazer uma análise do conto Amor do livro Laços de Família (1960) de Clarice Lispector, fundamentado na critica feminista, uma vez que esta crítica, traz à tona discussões acerca da posição secundária ocupadas pelas heroínas dos romances de autoria masculina, além de discutir as causas de opressão fermina a partir do conceito patriarcal de literatura e sob a visão da teoria Angla- americana, teoria esta que defende que as mulheres têm um processo de leitura e escrita diferentes do homem, por foças das diferenças biológicas e das formações culturais, levando em conta também os aspectos da ginocrítica que é tomada como instrumento de oposição às tendências que continuam a alimentar-se da tradição critica androcêntria. Aqui também será analisado como se deu a ruptura do pensamento androcêntrico, identificando a voz feminina através da literatura, considerando tudo que possa vir servir de base e como alerta contra as questões patriarcais até então vigentes, tais como as possíveis características físicas e psicológicas da personagem principal do conto a ser analisado, no intuito de demostrar insatisfação com a condição da mulher naquela sociedade, verificando como ocorre essa descoberta. Além disso, pretende averiguar se houve ou não transgressão por parte da personagem, levando ou não a sua emancipação como mulher.



4- QUESTÕES NORTEADORAS:

·               De forma a mulher demonstra insatisfação com  os padrões vigentes dentro de uma literatura dominada pelos homens?
·               Como a protagonista do conto em questão se descobre como mulher oprimida em uma sociedade falocêntrica?
·               Houve ou não transgressão por parte da personagem, levando a sua emancipação como mulher.


5-JUSTIFICATIVA:


 Segundo (Zolin2005), desde a década de 1960, com o desenvolvimento do pensamento feminista, as questões de gênero vêm se tornando objeto de estudo em diversas áreas do conhecimento como a Sociologia, a Psicanálise, a História e a Antropologia. Também no âmbito da Literatura e da crítica literária a mulher vem se figurando entre temas abordados em encontros, congressos, bem como se constituindo em motivo de tema em teses e trabalhos de pesquisa. Essa vertente da crítica literária tem assumido papel questionador da prática acadêmica patriarcal, afirmando que a experiência da mulher como leitora e escritora é diferente da masculina, implicando em significativas mudanças no campo intelectual, marcadas pela quebra de paradigmas e pela descoberta de novos horizontes de expectativas, como a mudança de mentalidade das mulheres em ralação a essa questão e o aparecimento de  estudos sobre a literatura feita por mulheres.
No CESC-UEMA encontram-se alguns trabalhos de análise literária relacionados ao tema em discussão, dentre os quais pode ser citados:
·         Uma reflexão sobre o perfil feminino na obra “Gabriela Cravo e Canela” de Jorge Amado.
    Antônia Oliveira Barros;
·          A representação da Mulher nas obras de Lya Luft “As Parceiras” e “O Quarto Fechado”
   Carolina Aparecida de Barros;
·         A Transgressão Feminina na obra teatral “Escola de Mulheres” de Moliére.
     Maria Geciane de Aires;
·         Memorial de Maria Moura: Uma Análise Crítica da Personagem Maria Moura de Raquel de Queiroz
      Belisa da Costa Matos.

Estudos acerca de textos literários canônicos mostram inquestionáveis correspondências entre sexo e poder, considerando as circunstâncias sócio-históricas como fatores determinantes na produção da literatura, uma série de críticos/as feministas, tem promovido, desde a década de 1970, debates acerca do espaço delegado à mulher na sociedade, com o objetivo de transformar a condição subjugada da mulher, tentando romper com sacralizados pela tradição.
Partindo da primícia de que as mulheres podem mudar de posição social abarcando desde reformas culturais, legais e econômicas, chegando até às reformas relacionadas ao modo de ler e produzir o texto literário faz-se necessário uma reflexão sobre esta temática, por isso a importância de estudar as questões de gênero e como se deu o processo de ruptura do pensamento androcêntrico no campo da literatura.
            A importância da ginocrítica para os estudos de gênero é bem relevante, pois propõe uma abordagem diferente da crítica feminista, prevendo a não revisão da literatura masculina, mas concentração na escrita feminina de maneira exclusiva, redefinindo assim as diferenças entre a escrita de mulheres e homens, já que os estudos feministas não eram bem aceitos pela academia como literatura, os estereótipos femininos abordados pela literatura masculina eram os da mulher boazinha, meiga, delicada e submissa, aquela que foi educada para casar e se contentar em cuidar dos filhos e do marido, a crítica literária feminina, veio para romper com esse pensamento.
Sendo assim, poucas mulheres se aventuravam na literatura, mas:

Clarice pode se considerada como um divisor de águas na história da narrativa brasileira escrita por mulheres, abrindo caminho pra uma nova forma de narrar, sedo vanguardista, inovando não só apenas nos temas como também nos aspectos estruturais do romance, abrindo caminho, no Brasil, para uma nova forma de narrar, dentro de um espaço até então masculinizado, quebrando a voz machista e autoritária do romance do seu tempo, a partir da obra Perto do Coração Selvagem (1944). (DUARTE, 2002, p 159 e 160)


 Os contos de Laços de Família (1960) ironizam o modelo patriarcal vigente, onde a mulher jaz no espaço privado, por isso questionam e procura encontrar soluções para os impasses criados , como se pode vislumbrar no conto Amor, objeto central de estudo desse trabalho.
O conto escolhido para ser objeto de estudo, pertence à segunda fase da tradição literária, essa fase protesta contra os valores falocêntricos, mas não se desvincula totalmente ainda dos modelos patriarcais, havendo assim apenas a ruptura do pensamento androcêntrico ou pelo menos o começo de uma reflexão a caminho da mudança, pois apesar do enredo do texto ocorrer em um ambiente aparentemente calmo e tranquilo, não se engane o leitor que a personagem esteja contente com essa situação, tudo se desestabiliza de súbito, esses lampejos a respeito do comtiano faz com que o personagem não seja jamais a mesma.

6-METODOLOGIA:

O presente trabalho consta-se de objetivos explorativos sobre o rompimento das tendências androcêntricas na literatura brasileira que serão desenvolvidos seguindo os seguintes passos:
  • Pesquisa de cunho bibliográfico e multimidiático, buscando autores que escrevem sobre esta temática, visando uma fundamentação teórica consistente no que diz respeito à problemática investigada;
  • Identificação por meio de pressupostos teóricos de como se deu a ruptura das tendências androcêntricas na literatura na linha do tempo;
  • Considerações sobre a vida e obra da autora em questão bem como sua fortuna crítica;
  • Análise do conto Amor verificando como a personagem principal se descobre como mulher e a partir daí começa a questionar seu papel na sociedade em que vive;






7-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

A proposta dessa pesquisa é analisar como se deu a ruptura do pensamento androcista na literatura, com base na critica literária feminina, sendo assim, julga-se necessário em primeira mão a definição de crítica como”Gr. Krinein, julgar, atrvés do feminino da forma latina criticus, a, um, Fr. Critique; ing. Cristicism; al. Kritik), como revela a etmologia, necessariamente o ato de julgar, isto é, conferir valor às coisas, no caso obras literárias”. (MOISÉS, Massud, 2004, p.96).
Desde a sua origem, a crítica feminista vem procurando questionar a prática patriarcal na literatura, implicando em significativas mudanças no campo intelectual, rompendo paradigmas e descobrindo novos horizontes de expectativas nos estudos com textos literários, uma vez que:


Sempre foi muito difícil para a academia aceitar os estudos feministas como uma abordagem de análise literária [...]. Os romances de José de Alencar - Lucíola, Senhora e Diva - formavam uma tríade de perfis femininos amplamente estudados por pesquisadoras de todo o Brasil. Portanto, uma das formas de estudar a mulher na literatura foi (e ainda é) através dos escritos dos homens, única voz considerada autorizada a fazer arte, até porque se acreditava que o gênio artístico guardava uma porção divina da qual as mulheres não faziam parte, pelo menos na condição de criadoras. No máximo, chegavam a ser musas a inspirar. A historiografia literária no Ocidente sempre foi uma atividade reconhecidamente masculina, mas isso não impediu que as mulheres escrevessem. (LEIRO, Lúcia. Reflexões  sobre Literatura Feminina Disponível em:        http://mulhereliteratura.blogspot.com.br/2010/03/reflexoes-sobre-literatura-feminista.htm acesso em 14/04/13).

A pesquisa se fundamentará na teoria feminista da ginocrítica, que assim a definiu (Showalter apud Bonnici, 2005)bem como seus limites e objetivos:  “[Gynocriticism] is the study of women as writers, and its subjects are the history, styles, themes, genres, and structures of writing by women; the psychodynamics of female creativity; the trajectory of the individual or collective female career; and the evolution and laws of a female literary tradition.” (“Feminist Criticism in the Wilderness”, in The New Feminist Criticism: Essays on Women, Literature and Theory, ed. por E. Showalter, Virago, Londres, 1986, p.248), cuja tradução se faz: [Ginocrítica] é o estudo das mulheres como escritora, como sujeito na História, estilos, temáticas, gêneros e estruturas da escrita femininas; a mulher é psicodinâmica da criatividade feminina; sua trajetória profissional individual ou coletiva; e a evolução e leis da tradição literária feminina.
Esta teoria trouxe à tona a discussão pelos adeptos da escrita masculina de que a imaginação literária não está relacionada ao sexo e que uma redefinição da história literária em termos feminista estaria criando uma forma de discriminação sexual, pois a imaginação criadora é uma só, na visão da perspectiva androcêntrica. A crítica literária feminista é política na medida em que interfere na condição social, desconstruindo formas de preconceito e ideologias de gêneros, construídas durante a história, de maneira cultural além de promover o censo crítico e mudanças de mentalidade sobre as convenções que historicamente aprisionaram a mulher.
Para (ZOLIN, 2005), as circunstâncias socioeconômicas são fatores determinantes na produção literária, por isso muitos críticos (as) feministas franceses americanos, principalmente, desde década de 1970, debateram sobre o espaço delegado à mulher na sociedade e suas consequências e reflexos na literatura, tentando quebrar com o pensamento tradicional de a mulher tinha que estar em segundo plano, em relação ao lugar ocupado pelo homem, marcada à submissão. Esses discursos não só interferiram no cotidiano feminino, mas também acabaram por fundamentar os cânones críticos e teóricos tradicionais e masculinos que regem o saber sobre literatura. A seguir serão expostos alguns termos que serviram de paradigma para a desconstrução da oposição homem/mulher:

§ Feminismo: termo empregado em dois sentidos distintos, a maior parte das às vezes como oposição a masculino e faz referência às convenções sociais, mas também pode simplesmente referir-se ao sexo feminino, no sentido puramente biológico, sem nenhuma outra conotação;
§     Feminista: termo entendido como o movimento que preconiza a ampliação dos direitos civis e políticos da mulher, não somente em termos legais, mas também em termos de práticas sociais;
§     Gênero: trata-se das diferenças sexuais e culturais, levando em conta os atributos culturais referentes a cada um dos sexos e a dimensão biológica dos eres humanos;
§     Logocentrismo: designa o pensamento canônico, se empenhando em demonstrar e desqualificar a mistificação implícita no discurso ocidental;
§     Falocentrismo: termo utilizado por algumas escritoras e críticas francesas a para questionar a lógica predominante no pensamento ocidental, em como a predominância da ordem masculina:
§     Patriarcalismo: Esse termo designa uma forma de organização familiar centrado na figura do chefe, advinda dos povos antigos, esse chefe era chamado patriarca, cuja autoridade era preponderante e incontestável;
§     Desconstrução: essa palavra é utilizada pelos teóricos da literatura em uma espécie de crítica das oposições hierárquicas que estruturam o pensamento ocidental, tais como: modelo x imitação, dominado x dominador, forte x fraco, presença x ausência, corpo x mente, homem x mulher. Apoia-se na convicção de que oposições assim não são de natureza biológica, mas de construções ideológicas e que, portanto podem ser desconstruídas;
§     Alteridade: constitui-se na base da abordagem feminista na literatura, implicando dizer que a análise das obras literárias por mulheres é realiza-se visando desnudar a alteridade do discurso feminino, de acordo com princípio da diferença;
§     Mulher-sujeito e mulher-objeto: o primeiro termo se refere á mulher marcada pela insubordinação aos referidos paradigmas patriarcais, por seu poder de decisão, dominação e imposição enquanto o segundo termo é utilizado para designar a mulher submissa, resignada e sem voz ativa.
Trata-se o feminismo de um movimento político bastante amplo, percorrendo muitos caminhos até chegar a uma teoria feminista acadêmica, voltadas para reformas relacionadas ao modo de ler o texto literário.
              A crítica feminina contemporânea nos Estados Unidos segundo (Queiroz, 1995 apud ZOLIN) se ocupa de várias questões como: noções de gênero, classes raça em relação à essencialidade da mulher; recuperação da identidade feminina; noções de representação literária, de autoria e de leitor/leitora, noção de cânone literário e crítico e discute a problematização, no que tange às possibilidades de intervenções nas relações sociais. Essa corrente da crítica feminista investiga as maneiras pelas quais a autoconsciência da mulher traduziu-se na literatura por ela produzida em um tempo e espaço determinado e como ela se desenvolveu.
Conforme (ZOLIN, 2005) a partir de meados anos de 80 no Brasil, começou-se a se desenvolver estudos sobre literatura e mulher. As linhas de pesquisa desenvolvidas nessa ocasião derivam da linha de pesquisa anglo-americana e francesa, intitulada “Mulher e Literatura”- perspectivas teórico-crítica; “Representações do feminino no texto literário” e “Literatura feminismo” (ambos com enfoque sócio-hstórico); “literatura e o feminino” (enfoque psicanalítico) e “Literatura e mulher” (enfoque estético-formal). Com o passar do tempo essas linhas de estudo foram se modificando e assumindo novas configurações: “Teoria e crítica feminista: vertentes; “A questão do Cânone,” Gender “- estudo de gênero, se configurarando como estão no momento atual: (Resgate, Teoria e críticas, Interdisciplinaridade e Representação) e identidade- acréscimo meu”. No Brasil bem como no exterior, a literatura de autoria feminina, até pouco tempo atrás não aparecia no cânone tradicional até que:

Raquel de Queiroz e Cecília Meireles, ao serem reconhecidas nacionalmente, abrem as portas das editoras a outras escritoras, mas é Clarice Lispector quem abre uma tradição para a literatura da mulher no Brasil, gerando um sistema de influência que se fará reconhecida na geração seguinte [...].Trata-se de escritoras, que tendo em vista a mudança  de mentalidade descortinada pelo feminismo em relação à condição social da mulher Lançam-se no mundo da ficção, até então genuinamente masculino (Viana, 1995,p.172 apud Zolin)


De acordo Com (Duarte 2002) a obra de Clarice trás nas suas entrelinhas muitos questionamentos sobre a condição da mulher na sociedade patriarcal, rompendo com esse estado de coisa, pondo em questão as relações de gênero. Nos contos de Laços de Família se torna muito visível à repressão vivida pelas mulheres nas práticas cotidianas da sociedade daquela época, dessa forma Clarice Lispector pode ser considerada um divisor de águas na trajetória da narrativa brasileira de autoria feminina por colocar em discussão as questões de gênero, subvertendo ao paradigma romanesco tradicional criando personagens descentradas que não se definem claramente, nem exterior nem interiormente. Nos contos de Laços de Família, há um questionamento de gêneros, no entanto soluções para os impasses não são encontradas. Mesmo assim Clarice Lispector promove uma revolução no romance brasileiro desconstruindo os desfechos canônicos das narrativas tradicionais, legitimando novas perspectiva a respeito das condições femininas, possibilitando o surgimento de novas escritoras que se ocuparam com as relações de gêneros. 
O conto o “Amor” que será analisado, foi escrito em 1974, período em a mulher era caracterizada pela ausência de direitos. O texto conta a história de Ana relatando seu cotidiano na realidade e na imaginação. É um texto com o típico conflito à moda de Clarice, pois:

A protagonista, esposa/ mãe/dona de casa, depois de uma juventude intensa, enquadra-se no “destino de mulher” e refaz diariamente a rotina doméstica, até que vê na rua um cego mascando chiclete; percebe-se, então, num lampejo de lucidez, presa ao automatismo e imersa na escuridão. A explosão, provocada pelo encontro com o cego, revela-lhe um mundo até então apaziguado (Duarte, 2002, p.160).




Percebe-se perfeitamente aqui a tríade que oprimia a protagonista Ana, pois para ela, só ser esposa, mãe e dona de casa não lhe bastava, ela precisava de algo a mais para se realizar como pessoa, o encontro com o cego lhe faz refletir sobre que algo precisa mudar e a partir da aí sua vida nunca foi mais a mesma.






















8 CRONOGRAMA

2013
Atividades
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Levantamento Bibliográfico
  X





Leitura crítica

 X




Encontros com os professores

X

    X

    



Encontros com o orientador



X
X
X

Análise do corpus

      X
  X
X


Redação da análise de corpus



X



Redação final da monografia




X

X

Revisão gramatical




X

Entrega da Monografia






X
Defesa Pública da monografia






X


9- REFERÊNCIAS
BONNICI, Thomas; Lúcia Osana Zolin (org). Teoria Literária: Abordagens Históricas e Tendências Comtemporâneas. 2 ed, Editora Universal Estaddual de Maringá, 2005;
DUARTE, Constância; Eduardo de Assis; Kátia da Costa Bezerra (org). Gênero e Reprsentação na Literatura Brasileira: ensaios. Belo Horizonte: Pós-graduação em Letras Estudos Literários: UFMG, 2002;
LEIRO,Lúcia.RflexõessobreLiteraturaFeminista.Disponívelem:<www.mulhereliteratura.blogspot.com.br/2010/03/reflexoes-sobre-literatura-feminista.html> . Acesso em 14/04/13.
LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro. Rocco,2009.
MOISÉS, Massaud, Dicionário de Termos Literários. 12 ed. São Paulo: Cutrix, 2004;

Nenhum comentário:

Postar um comentário